Depois recorre frequentemente ao uso de um discurso acusatório e desproporcionado sobre Obama; considerado terrorista, socialista e manipulador de recenseamentos eleitorais. A Sra. Palin desdobra-se em aparições, galvaniza o público e todos os Joe’s deste país criados por ela. A acusação mais recente vai para a falta de sintonia com McCain e a falta de vontade de seguir regras e indicações dos estrategas da campanha. A Sra. Palin acha-se, definitivamente imbatível, vestiu de tal forma a roupagem de politica destemida, de salvadora do humor republicano que se sente com legitimidade para ter objectivos a solo e uma agenda pessoal do tamanho da sua ambição
Se inicialmente funcionou como uma aposta na novidade, na juventude e no facto de ser mulher, tem-se vindo a revelar um empecilho constrangedor e até humilhante para a campanha McCain. Ela consegue de facto, reunir multidões e cativar eleitorado, aqueles que se identificam com ela, os que apreciam a sua beleza, os conservadores indefectíveis, os quadradões da ruralidade americana, enfim uma América profunda, tão profunda que não tem capacidade para ver além do buraco onde está metida.
Apesar de tudo a Sra. Palin não tem culpa, ela é mesmo assim, genuína, pretensiosa, ridícula e inconsequente. Mas de McCain esperava-se mais, muito mais, um experiente e corajoso senador, várias vezes condecorado, herói de guerra e profundo conhecedor da politica internacional. McCain foi castigado pelo seu espírito eleitoralista, por ter colocado os interesses do seu partido acima dos interesses do país, por subestimar os americanos e, acredito, por desconhecer as verdadeiras qualidades da Sra. Palin. Um politico que falha desta forma tão arrasadora não merece vir a ser Presidente de um país com a importância, a dimensão e o alcance dos Estados Unidos.
Sem comentários:
Enviar um comentário