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Auschwitz-Birkenau, Dachau, Mauthausen-Gusen, Buchenwald, Sachsenhausen, Bergen-Belsen, são campos de concentração alemães da Segunda Guerra Mundial. Apenas seis dos milhares que grassaram e se multiplicaram por território alemão e polaco, num testemunho vivo de crueldade, bestialidade e terror.
Auschwitz-Birkenau, Dachau, Mauthausen-Gusen, Buchenwald, Sachsenhausen, Bergen-Belsen, são campos de concentração alemães da Segunda Guerra Mundial. Apenas seis dos milhares que grassaram e se multiplicaram por território alemão e polaco, num testemunho vivo de crueldade, bestialidade e terror.
Ontem visitei o “Holocaust Museum” aqui em Washington. Este museu tem uma capacidade única, expressa sentimentos, potencia emoções, comunica através das suas paredes, dos seus arcos, das suas portas de aço, das suas curvas e tijolos. Constitui um monumento único e impressionante, um misto de tributo, homenagem e formação. Foi desenhado pelo arquitecto James Ingo Freed que partilha escritório com I.M. Pei, criador da célebre pirâmide de vidro do Louvre. Freed, ele próprio um fugitivo alemão de 1930, conseguiu criar uma obra marcante e simbólica que encarna um sentimento de sofrimento e revolta que só poderia ser conseguido por alguém que tivesse vivido de perto os acontecimentos. Segundo o próprio “The intent of the building is to be a resonator of your own imagery, of your own memory”.
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Este monumento de peregrinação constitui uma contruibuição singular em memória das vitimas e um legado valioso para a educação das gerações futuras. É impossível ficar insensível à brutalidade dos factos, à crueza das imagens, à crueldade dos actos. Seria útil a muitos pseudo-intelectuais ou pretensos conhecedores da história, criticos inconsequentes das acções desenvolvidas por muitos países, em particular os Estados Unidos, em prol da liberdade, do respeito pelos direitos humanos e do linear combate à brutalidade de homens sobre homens, visitar este museu e reflectir profundamente sobre o que aqui se encontra.
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A palavra holocausto significa cremação dos corpos, do grego queimado (em grego antigo: λόκαυστον, λον [todo] + καυστον [queimado]), e é talvez aquela que melhor descreve ou se aproxima da realidade dos factos. Visitar este museu ajuda-nos a viajar no tempo, procurando sempre sentir e viver os acontecimentos tal como estes aconteceram. Olhar de perto para as centenas de objectos pessoais deixados por aqueles que partiram para as câmaras de gás, pisar os mesmos paralelos que foram pisados por aqueles que viviam nos ghetos de Varsóvia, viver a experiência de entrar num dos vagões que transportou, animalescamente, milhares de judeus ou observar as primeiras imagens de horror captadas pelos soldados americanos quando chegaram a Dachau. São inúmeros os testemunhos vivos e próximos que nos recordam este império de maldade e acima de tudo, que nos obrigam a pensar naquilo de que é capaz o homem sobre o seu semelhante.
Estima-se que 6 milhões de judeus tenham desaparecido durante a Segunda Guerra Mundial, parte dos quais pereceu nos campos. O holocausto nazi lança uma luz cruel sobre a natureza humana responsável por outras chacinas praticadas desde então. Mas permanece único.
Não podia deixar de citar J. Kennedy e o seu famoso discurso nas portas de Brandenburgo, em Junho de 1963, que sobre a liberdade disse: “Freedom is indivisible, and when one man is enslaved, all are not free”.
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