domingo, 31 de agosto de 2008

As primeiras impressões...

Hoje, dia 30 de Agosto foi, efectivamente, o meu primeiro dia em Washington DC e o início de uma estadia alargada que me permitirá mergulhar no espírito desta cidade, sentir o pulsar dos seus habitantes, inalar a política que transpira pelas ruas e sorver as emoções de uma cultura tão particular.


Washington impressiona-nos pela sua linearidade, pela preocupação com os pormenores, pela grandiosidade dos seus edifícios, pelo verde que tentacularmente abraça a cidade. A entrada no coração desta metrópole ajuda-nos a confirmar que esta é efectivamente a capital dos Estados Unidos, enquanto Nova York será a capital do mundo ocidental, esta é a cidade da Constituição, enquanto Nova York será a cidade da “anarquia”, esta é a cidade dos contrastes, enquanto Nova York será a cidade das diferenças.


Infelizmente, esta primeira impressão de grandiosidade, de civilidade, de rigor vai-se descolorindo ao longo do dia e assumindo uma coloração mais carregada, mais pegajosa, tal como a humidade asfixiante que aqui se faz sentir. Importa referir, em abono da verdade, que o meu primeiro cicerone foi um taxista natural dos Urais, o que ajuda bastante para a visão aditivada que formei.



O Washington Post de hoje revela-nos a escolha de McCain para a Vice-presidência: Sarah Palin Governadora do Alasca, mulher, desconhecida, com reduzida experiência e decididamente afastada dos centros de influência republicana em DC. É curioso como esta decisão inesperada pode ter decidido a escolha do próximo Presidente dos Estados Unidos.
É com profundo pesar que observo a perigosa necessidade de associar os candidatos a grupos minoritários, minorias étnicas e minorias sexuais, por oposição a uma preocupação com a qualidade, a eficiência, o profissionalismo, a sabedoria. Reconheço que me preocupa esta deriva “minoritária” não por ser contra a defesa dos direitos das minorias mas pela carga de injustiça que parece acarretar.

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