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Os portugueses têm um passado grandioso e destemido. Deram mundos ao mundo e ajudaram a desvendar paragens desconhecidas, marcaram pela diferença na colonização, foram mais amistosos e conseguiram integrar-se com mais facilidade, foram corajosos e audazes e deram um contributo essencial para delinear o mapa do mundo.
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Impulsionados pela reconquista e pela procura de alternativas às rotas do comércio no Mediterrâneo, tiveram rasgos de génio e introduziram inovações tecnológicas notáveis em termos de ciência náutica, cartografia e astronomia. Desenvolveram as primeiras embarcações capazes de navegar em mar aberto e foram eles os primeiros a utilizar a caravela e a desenvolver as velas triangulares que lhes permitiam ziguezaguear contra o vento e explorar zonas cujo regime dos ventos era desconhecido.
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Foram os portugueses que iniciaram a Era dos Descobrimentos europeus que durou três séculos (XV a XVII) e que veio a mudar para sempre a fisionomia e a organização política mundial, tal como ela existia na altura.
Impulsionados pela reconquista e pela procura de alternativas às rotas do comércio no Mediterrâneo, tiveram rasgos de génio e introduziram inovações tecnológicas notáveis em termos de ciência náutica, cartografia e astronomia. Desenvolveram as primeiras embarcações capazes de navegar em mar aberto e foram eles os primeiros a utilizar a caravela e a desenvolver as velas triangulares que lhes permitiam ziguezaguear contra o vento e explorar zonas cujo regime dos ventos era desconhecido.
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Foram os portugueses que iniciaram a Era dos Descobrimentos europeus que durou três séculos (XV a XVII) e que veio a mudar para sempre a fisionomia e a organização política mundial, tal como ela existia na altura.
Desde a conquista de Ceuta, em 1415 até à entrada em Macau, em 1557, os portugueses viajaram pelo mundo conhecido e entraram pelo desconhecido. Navegadores como Gil Eanes, João Gonçalves Zarco, Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Fernão de Magalhães, Gonçalo Velho Cabral, Diogo Cão, trouxeram para a coroa portuguesa a jurisdição e o controlo de locais próximos como as Canárias, a Madeira, Cabo Verde e os Açores. Mas foram eles também que nos levaram mais longe; a sua audácia permitiu-nos dobrar o Cabo da Boa Esperança e inaugurar a maior estrada comercial do mundo – o Caminho Marítimo para a Índia. Em 1500, desvendámos o Brasil e explorámos as suas riquezas, colonizámos e fomos colonizados, convivemos e assimilámos.
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Chegámos ao Sul da China com Jorge Álvares em 1513, o primeiro europeu a alcançar e a visitar o território que actualmente é Hong Kong. Alcançámos o Japão em 1543 e mais uma vez fomos os primeiros europeus a conseguir tal feito, segundo relata Fernão Mendes Pinto. Tínhamos chegado à Terra Nova alguns anos antes, com Gaspar Corte Real e alcançávamos, então, um domínio tão significativo que conduziu ao estabelecimento com a Espanha de um dos mais importantes tratados da história. O Tratado de Tordesilhas dividiu o mundo em duas partes. Portugal ficou com as terras "descobertas e por descobrir" situadas antes da linha imaginária que demarcava 370 léguas (1.770 km) a oeste das ilhas de Cabo Verde, e a Espanha ficou com as terras para além dessa linha.
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Desde então muito se alterou e o nosso poder, a nossa riqueza e a nossa influência no concerto das nações esfumaram-se. Vivemos de recordações vãs e de desígnios perdidos, somos um país pobre e inculto onde proliferam videirinhos e chico espertos e não conseguimos guindar-nos para níveis de desenvolvimento e de riqueza sequer próximos do que já tivemos. As nossas estatísticas são débeis e reveladoras do país estagnado que somos, dos atrasos vários de que padecemos e uma falta de esperança generalizada abate-se todos os dias sobre nós. Hoje vivemos num país de promessas, onde a mentira é dona e senhora, onde a ética é uma ficção e o clientelismo uma realidade. Vivemos num país adiado onde o concubinato entre política e negócio é uma constante e a cultura do mérito uma ausência.
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São poucas as áreas onde ainda possuimos alguma relevância e alguma vantagem. Temo que até essas venham a desaparecer, mas este será certamente o meu pessimismo natural a falar. Tomara que esteja enganado, que o nosso futuro seja risonho, que as nossas vantagens se multipliquem, que as nossas competências se revitalizem. Enquanto isto não acontece, temos que nos resignar a alguns feitos menores, somos o 4º maior consumidor de vinho per capita do mundo e, sendo o Luxemburgo o 1º, com cerca de 16% de população portuguesa, não sei se não ficamos ainda mais bem classificados.
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