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Nas últimas semanas, em paralelo com as mudanças no mundo, segundo o nosso Primeiro, decorreram os trabalhos da Comissão de Inquérito para apurar se o Primeiro-ministro de Portugal mentiu ao parlamento. Portanto, nas últimas semanas dezenas de deputados têm gasto rios de dinheiro em audições, análise de documentação, análise de escutas, com o propósito de provar uma evidência que se encontra há muito demonstrada. Temos um Primeiro-ministro que mente compulsivamente, quer seja no parlamento, no governo, na televisão, nos jornais. Creio que esta é uma realidade já mais ao menos aceite por todos, uma certeza que reflecte o espírito do nacional porreirismo tão embrenhado.
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A evidência mais flagrante destas semanas e os acontecimentos de ontem provam-no claramente, é a irrelevância e a inconsequência deste tipo de Comissões. Grande aparato, grande mediatismo, revelações bombásticas, mas resultados nulos. Para serem efectivas e consequentes, estas Comissões deveriam ter poderes acrescidos, deveriam funcionar de outra forma; mais incisiva e mais intimidatória, menos “polite”. As audições realizadas são elucidativas; profundamente amadoras, mal preparadas e carregadas de informalismo e de salamaleques, do lado dos inquiridores. Ostensivas, irónicas, lúdicas e mentirosas, do lado dos inquiridos.
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