quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Cartoons e World Press

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Depois de um dia de trabalho duro, mas recompensante, decidi ir jantar a Georgetown. O movimento intenso, as pessoas, as lojas, a agitação frenética das ruas tornam este bairro um dos locais mais simpáticos e divertidos de Washington. A proximidade da Georgetown University e do campus da George Washington University contribuem para um ambiente estudantil, jovem e descontraido.

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Jantei no “Le Pain Quotidien”, onde já havia estado, aprecio e recomendo vivamente. A aposta no pão e o conceito da mesa comunitária, promovem o convívio, a partilha e convidam à conversa.


Regressei a pé, a noite estava magnífica, como aliás nos últimos dias. Um calor húmido que traz para a rua muitas pessoas e torna frequente as esplanadas e os restaurantes nos passeios. Esta é uma cidade muito movimentada, são vários os edificios de escritórios e os complexos de empresas é por isso habitual, ao início da noite, cruzarmo-nos com executivos em andamento rápido. Apesar de tudo, a solidão é uma realidade que se sente, está em todo o lado; nas ruas, no metro, nos restaurantes. Washington é uma cidade de solitários; mulheres, homens e aqueles que não são uma coisa nem outra, deambulam perdidos, desenraizados, vivem nos seus mundos, aliados da realidade, mascarados com i-pods, revistas e jornais.

Parei num World Press Center, fiquei surpreendido com a variedade de imprensa, mais ou menos especializada, de todo o mundo. Entusiasmei-me, achei que encontraria alguma portuguesa, talvez o Expresso, mas não, infelizmente a única revista portuguesa, era a Veja, do Brasil. Acabei trazendo a Time Magazine que tinha como artigo de fundo, "The Education of Sarah Palin", tive curiosidade, na realidade é o assunto do dia ou da semana, aqui em Washington.

Sarah Palin é uma mulher bonita, determinada, cativante e apelativa para um segmento bastante alargado de eleitorado; os ultraconservadores, as mulheres e os facilmente impressionáveis pela imagem.

Na realidade ela é uma respeitável dona de casa e mãe de familia, sem experiência relevante, sem curriculum consistente ou conhecido, presidente de câmara, politica local, distante dos centros de decisão de Washington, das elites intelectuais republicanas, profudamente desconhecida e desconhecedora da política internacional.

Segundo Joe Klein, na sua crónica "In the Arena", da Time Magazine, a escolha dos Vice-presidentes, por parte de Obama e de McCain, revela muito sobre o tipo de Presidentes que podem vir a ser. Afinal, Obama é o conservador, o cauteloso, a sua escolha para Vice-presidente foi pensada, silenciosa e compreensiva. Biden não constituiu uma grande surpresa, ele vem acrescentar experiência, assegurar a lealdade ao partido e a firmeza do ataque. A prudência e a vontade de consenso são características relevantes na sua actuação e bom prenúncio para o exercício do cargo.
John McCain, resolveu partir a loiça, a escolha de Palin foi uma surpresa, a sua conduta questionável em vários temas, como por exemplo a questão da ponte, as suas posições extremistas em relação a variados assuntos, contrastam com algumas do próprio McCain. Segundo Klein “the Palin selection – peremptory, petulant – was another example of McCain’s preference for the politics of gesture over the politics of substance as is his sudden fondness for oil exploration (“drill here, drill now”) and hair-trigger bellicosity abroad (Syria, Iran, Russia)”.


Em resumo, Palin tem sido um “must” dos noticiários e sobretudo dos cartoonistas.


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1 comentário:

Lusografias disse...
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