quinta-feira, 11 de setembro de 2008

My Country, 'Tis of Thee'

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Curvo-me perante o povo americano, hoje passados que estão sete anos sobre o 11 de Setembro de 2001. Inicio aliás esta reflexão com a transcrição da canção patriótica “My Country, 'Tis of Thee”, também conhecida como "America", escrita por Samuel Francis Smith e similar à Britânica God Save the King. Foi eternizada por Martin Luther King Jr. durante o seu célebre discurso “I Have a Dream”. Recordo-me, também, de a cantar com a minha mãe, que era americana, quando ainda era criança e de perceber hoje como foi marcante para a minha vivência:

My country,' tis of thee,
sweet land of liberty, of thee I sing;
land where my fathers died,
land of the pilgrims' pride,
from every mountainside let freedom ring!

My native country, thee,
land of the noble free, thy name I love;
I love thy rocks and rills,
thy woods and templed hills;
my heart with rapture thrills, like that above.

Let music swell the breeze,
and ring from all the trees sweet freedom's song;
let mortal tongues awake;
let all that breathe partake;
let rocks their silence break, the sound prolong.

Our fathers' God, to thee,
author of liberty, to thee we sing;
long may our land be bright
with freedom's holy light;
protect us by thy might, great God, our King.

Tive oportunidade de viver hoje uma experiência inesquecível e única, profundamente reveladora da natureza deste povo, da sua força, da sua firmeza e um traço vivo da sua personalidade. Fui visitar um complexo industrial nos arredores de Washington, onde trabalham cerca de duzentas pessoas, de todas as idades, sexos, étnias e raças, com predominância de estrangeiros e sobretudo de minorias. A meio da manhã fomos surpreendidos pela voz grossa e penetrante da supervisora de serviço que ecoou pela unidade industrial, uma afro-americana de estatura larga e cara redonda: “Hoje dia 11 de Setembro vamos fazer um minuto de silêncio, como temos feito nos últimos sete anos, em memória daqueles que morreram nas torres gémeas”.

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Senti uma profunda emoção, olhei em redor e descortinei; negros, brancos, orientais, latino-americanos, europeus, numa união de respeito por aqueles que morreram, de solidariedade para com aqueles que ficaram e de imensa admiração pela capacidade infindável deste povo em continuar a lutar em prol da liberdade e da democracia em todo o mundo.

Neste dia especial, não podia deixar de citar Oriana Fallaci e o seu livro “A Raiva e o Orgulho” que me marcou e marca profudamente:

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«“Força gente, força! Arregacemos as mangas!” (referia Giuliani) E podia fazê-lo porque aquela gente era, é como ele. Gente sem vaidade e sem preguiça, o meu pai teria dito, e com tomates. Quanto à admirável capacidade de se unirem, a capacidade quase marcial com que os americanos respondem às calamidades e ao inimigo, devo admitir que até eu fiquei surpreendida. Sabia que essa capacidade se manifestou aquando de Pearl Harbour, isto é, quando o povo cerrou fileiras à volta de Roosevelt, e Roosevelt tinha entrado na guerra contra a Alemanha de Hitler, a Itália de Mussolini e o Japão de Hirohito. Também a tinha visto depois do assassinato de Kennedy (...). Assim quando vi brancos e negros chorarem abraçados, quando vi democratas e republicanos cantarem abraçados God save America, fiquei petrificada».

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“A verdade é que a America é um país especial, meu caro. Um país a invejar, de que ter ciúmes por coisas que nada têm a ver com a riqueza. E é-o porque nasceu de uma necessidade da alma, a necessidade de ter uma pátria, e da ideia mais sublime que o homem jamais concebeu: a ideia de liberdade unida à ideia de igualdade. E é-o ainda porque, naquele tempo a ideia de liberdade não estava na moda. E menos ainda a ideia de igualdade.”

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