sábado, 27 de setembro de 2008

“Nationals Park”

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Pela primeira vez fui assistir a um jogo de baseball, o desporto de eleição do povo Americano. O encontro colocou frente a frente Florida Marlins e Washington Nationals e realizou-se no recentemente construído Nationals Park . Tratava-se de um simples jogo de exibição, certamente por isso, menos decisivo e com menor assistência, esta era pelo menos a minha expectativa.

Depois de uma viagem de metro cheguei à estação Navy Yard que dá acesso a este complexo desportivo, mesmo na margem do rio Potomac. Cedo percebi que afinal a afluência era maior do que a esperada, facto perfeitamente irrelevante face ao sistema organizativo em presença.

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Para melhor conhecer e compreender um povo é fundamental observar os seus hábitos, perceber os seus costumes, participar nas suas festividades.
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Este tem sido pelo menos o meu esforço no sentido de conhecer a verdadeira sociedade americana; o americano médio que vive fora da cidade, que percorre quilómetros para vir trabalhar, muitas vezes em “car-pool” ou transportes públicos, que se levanta às cinco da manhã para começar o trabalho às sete, que quase não almoça e que termina o trabalho às quatro ou cinco da tarde para voltar a mergulhar no trânsito ordenado de regresso. O americano que desconhece muito do que se passa lá fora mas que se orgulha do seu país e dos valores que ele representa, o americano que se ergue perante a sua bandeira e sabe de cor o hino da sua pátria. E quantos daqueles que de pé cantaram o hino nem sequer nasceram neste país, basta olhar para eles e ouvi-los falar para perceber que estão cá há muito mas que não nasceram aqui.

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Fiquei a conhecer melhor as regras deste jogo que tanto revela deste povo. Trata-se de um jogo de equipa, embora seja exercida grande pressão sobre cada elemento, sendo que o “pitcher” e o “hitter” são decisivos. O jogo não tem tempo limite e termina apenas no final de 9 pontos alcançados por uma das equipas. Cada equipa ataca e defende alternadamente sendo que a equipa que defende entra em campo com nove jogadores e a que ataca conta com apenas um.

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Na realidade este é um jogo fácil de aprender, acessível a qualquer um, que pode bem ser jogado sozinho (a parte do “pitcher”), emocionante sem ser violento, paciente sem ser monótono. Tenho que admitir que apesar de tudo, não é o meu jogo de eleição embora já o consiga acompanhar melhor. ::
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Fiquei a perceber também que existe todo um ritual alimentar e alegórico de suporte a este circo. Os hot-dogs, a cerveja, as batatas fritas carregadas de molhos coloridos e os "cabeçudos", bonecos com algum simbolismo, neste caso retratavam antigos presidentes, são uma obrigação nestes dias. Efectivamente, a alimentação não é uma prioridade para o americano médio.

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