quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

“The Four Faces of Good Teaching”

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A revista americana The Atlantic começou por constituir uma referência no campo literário e cultural e actualmente estendeu a sua qualidade e o seu prestígio às áreas das relações internacionais, economia, política e educação. Foi importante no reconhecimento e na divulgação de novos talentos na área da escrita e da poesia e serviu para consolidar a carreira de vários autores. Mark Twain publicou vários dos seus trabalhos, Martin Luther King publicou o seu famoso artigo “Letter from Birmingham Jail" e outros, como Robert D. Kaplan e Andrew Sullivan, continuam a prestigiá-la com a sua colaboração.
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Esta publicação de excelência nasceu em Boston, no ano de 1857, e rapidamente alcançou uma sólida reputação nacional e gradualmente internacional. Foi fundada por escritores de referência como Harriet Beecher Stowe, Henry Wadsworth Longfellow, Oliver Wendell Holmes e James Russell Lowell.
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Com uma publicação de apenas dez números por ano, os seus artigos são aguardados com enorme expectativa. No seu primeiro número de 2010, encontramos um artigo sobre as qualidades e as características que deve ter um excelente professor. Intitulado “What makes a Great Teacher”, o artigo fala sobre as qualidades, as técnicas e os métodos e as características pessoais daqueles que são considerados, pelos resultados que obtêm, professores de excelência. Tendo como referência, que acompanha todo o artigo, a história de Mr. William Taylor, professor de matemática na Kimball Elementary School, em Washington DC, o artigo descreve o trabalho e a preocupação, cada vez maior, em identificar o ADN de um excelente professor.
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Vários trabalhos têm sido realizados nesta área e várias experiências são partilhadas relativamente a este tema; em particular, o trabalho de investigação e análise que está a ser realizado pela organização sem fins lucrativos “Teach for América”, um exemplo e uma referência de altruísmo e dedicação.
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O novo projecto educativo da equipa Obama, denominado “Race to The Top”, é também analisado e, de forma detalhada, são explicadas a importância da associação entre mérito e compensação, a obtenção de resultados e o orçamento das escolas, a avaliação de professores e a selecção dos melhores pedagogos.
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Muito interessantes são igualmente os exemplos que deixo relativamente aos diferentes tipos de metodologias que caracterizam os professores excelentes: “The Four Faces of Good Teaching”:
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“The Motivator”



“The Tour Guide”

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“The Manager”
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“The Connector”
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É interessante perceber a preocupação e o empenho que os Estados Unidos dedicam à área da educação; em particular, à educação dos mais novos. Perceberam o impacto e a relevância que a qualidade do ensino deve ter desde tenra idade. É a partir de uma aposta de excelência nos primeiros níveis de ensino que podemos aspirar a resultados de qualidade superior nos níveis mais avançados.
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Trabalhos como estes e análises como as que são referidas no artigo em questão alertam-nos para quão distante se encontra a nossa educação em Portugal dos níveis de excelência desejados.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Os Americanos Estão Sempre Lá

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Neste dia em que se regista um ano de presidência americana e um ano de Obama na Casa Branca, o mundo não está muito diferente, nem para melhor nem para pior. A crise financeira e a estagnação económica entraram em velocidade de cruzeiro e o mundo ajustou-se a estas fatalidades. Os Estados Unidos parecem começar a evidenciar algumas perspectivas de evolução e de crescimento, ainda ténues e frágeis, contudo.
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As expectativas eram e são elevadíssimas para a presidência Obama, este foi certamente o Presidente Americano sobre quem se construíram mais miragens de esplendor e de sucesso, foi o que trouxe mais esperança a um mundo sedento de desígnios, exangue de causas, enfraquecido, inanimado.
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Passado um ano, as expectativas atenuaram-se, o realismo regressou paulatinamente, mas a esperança e a convicção de que Obama representa uma certeza em termos de politica internacional, uma segurança em relação aos direitos humanos, uma clarificação em termos do papel dos Estados Unidos no mundo, continuam presentes na maioria dos Americanos e na esmagadora opinião pública mundial.
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É certo que as dificuldades de governação são evidentes, a dificuldade em resolver a crise económica funciona como uma espada de Dâmocles sobre a cabeça desta Administração, os atrasos na entrada em vigor da reforma na saúde, as próprias consequências desta reforma, as falhas de segurança interna e a dificuldade em tomar decisões difíceis e desagradáveis que caracterizam este Presidente, são factores que contribuem para que as últimas sondagens de opinião não lhe sejam favoráveis e a perda da maioria qualificada no Senado é mais uma prova disto. Mais do que tudo, é a prova de que esta democracia funciona, de que estes eleitores não hesitam na hora de mudar e não temem o momento de mostrarem o seu desagrado.
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Continuo a acreditar na lufada de democracia que chegou com esta Administração, continuo a acompanhar com esperança e enorme expectativa as decisões e as opções seguidas. A intervenção no Haiti constitui um exemplo da forma de actuar da América no cenário mundial. Nas horas difíceis, os americanos têm estado sempre lá, e o mundo deve-lhes isto. Nos momentos críticos, são os soldados, as equipas de socorro e os helicópteros americanos que aparecem para ajudar pessoas que não lhes são nada, para salvar populações que não têm nada para lhes dar.
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Deixo, na íntegra, o artigo do Presidente Obama, esta semana na revista Newsweek. Julgo que explica bem o papel e o tipo de compromissos de que os Americanos são capazes. Vale a pena ser lido!
"In the last week, we have been deeply moved by the heartbreaking images of the devastation in Haiti: parents searching through rubble for sons and daughters; children, frightened and alone, looking for their mothers and fathers. At this moment, entire parts of Port-au-Prince are in ruins, as families seek shelter in makeshift camps. It is a horrific scene of shattered lives in a poor nation that has already suffered so much.
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In response, I have ordered a swift, coordinated, and aggressive effort to save lives in Haiti. We have launched one of the largest relief efforts in recent history. I have instructed the leaders of all agencies to make our response a top priority across the federal government. We are mobilizing every element of our national capacity: the resources of development agencies, the strength of our armed forces, and most important, the compassion of the American people. And we are working closely with the Haitian government, the United Nations, and the many international partners who are also aiding in this extraordinary effort.

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We act for the sake of the thousands of American citizens who are in Haiti, and for their families back home; for the sake of the Haitian people who have been stricken with a tragic history, even as they have shown great resilience; and we act because of the close ties that we have with a neighbor that is only a few hundred miles to the south.

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But above all, we act for a very simple reason: in times of tragedy, the United States of America steps forward and helps. That is who we are. That is what we do. For decades, America's leadership has been founded in part on the fact that we do not use our power to subjugate others, we use it to lift them up—whether it was rebuilding our former adversaries after World War II, dropping food and water to the people of Berlin, or helping the people of Bosnia and Kosovo rebuild their lives and their nations.

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At no time is that more true than in moments of great peril and human suffering. It is why we have acted to help people combat the scourge of HIV/AIDS in Africa, or to recover from a catastrophic tsunami in Asia. When we show not just our power, but also our compassion, the world looks to us with a mixture of awe and admiration. That advances our leadership. That shows the character of our country. And it is why every American can look at this relief effort with the pride of knowing that America is acting on behalf of our common humanity.

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Right now, our search-and-rescue teams are on the ground, pulling people from the rubble. Americans from Virginia and California and Florida have worked round the clock to save people whom they've never met. Our soldiers, sailors, airmen, Marines, and Coast Guardsmen quickly deployed to the scene. Hand in hand with our civilians, they're laboring day and night to facilitate a massive logistical enterprise; to deliver and distribute food, water, and medicine to save lives; and to prevent an even larger humanitarian catastrophe.

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Greater help is on the way. This will be a complex and difficult rescue and recovery operation, and it takes time to move all of the resources necessary into such a devastated environment. But more American rescue teams, doctors, nurses, and paramedics will arrive to care for the injured. More water, food, and supplies will be delivered. An aircraft carrier has arrived. A naval hospital ship has been deployed. And additional aircraft and heavy equipment will restore communications and clear roads and ports to speed relief and hasten recovery.

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In addition, in this new century no great challenge will be one we can solve alone. In this humanitarian effort, we'll work closely with other nations, so that our work on the ground is efficient and effective even under what are very difficult conditions. We'll also join with the United Nations, which has done so much to bring security and stability to Haiti over the years, and which has suffered terrible losses in this tragedy. And we'll partner with the constellation of nongovernmental organizations that have a long and established record of working to improve the lives of the Haitian people.

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It is also important to note that all of these efforts will be bolstered by the continuing good will and generosity of ordinary citizens. Governments alone are not enough. Already, a record number of donations have come in through text messaging. Money has poured into the Red Cross and other relief organizations. I want to thank the many Americans who have already contributed to this effort. And I want to encourage all Americans who want to help to go to whitehouse.gov to learn more.

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And, lastly, in the days, months, and years ahead, we'll need to work closely with the government and people of Haiti to reclaim the momentum that they achieved before the earthquake. It is particularly devastating that this crisis has come at a time when—at long last, after decades of conflict and instability—Haiti was showing hopeful signs of political and economic progress. In the months and years to come, as the tremors fade and Haiti no longer tops the headlines or leads the evening news, our mission will be to help the people of Haiti to continue on their path to a brighter future. The United States will be there with the Haitian government and the United Nations every step of the way.

In the aftermath of disaster, we are reminded that life can be unimaginably cruel. That pain and loss is so often meted out without any justice or mercy. That "time and chance" happen to us all. But it is also in these moments, when we are brought face to face with our own fragility, that we rediscover our common humanity. We look into the eyes of another and see ourselves. And so the United States of America will lead the world in this humanitarian endeavor. That has been our history, and that is how we will answer the challenge before us."

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Carlos Carreiro no Porto

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No próximo Sábado, a Galeria S. Mamede, no Porto, vai inaugurar uma exposição do pintor Carlos Carreiro, sobre quem já aqui falei no passado.:

...............“Interior com vaca Chanel; 2009”
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A imaginação prodigiosa, o humor sofisticado, as cores inconfundíveis. Os seus quadros marcam pela diferença, impressionam pela originalidade única. Será certamente mais uma exposição de sucesso. Deixo, em primeira-mão, alguns dos quadros que a integram.
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....................“Sofás atacam ao amanhecer; 2009”

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...“Estou a ser vítima de uma enorme cabala; 2008”

Edward Hopper e o Silêncio dos Livros

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Aprecio muito a obra de Edward Hopper. Em primeiro lugar, pela pintura figurativa, depois pelo retrato de situações correntes da vida nos Estados Unidos e, finalmente, pela junção dos dois aspectos anteriores à enorme capacidade em transmitir profundidade e à forma magistral de pintar o espaço próprio de cada um, ou, se quisermos, uma certa forma de solidão. Aliando todos estes aspectos, a particularidade de em muitos dos seus quadros a presença de livros ser uma constante. Hopper dá-nos uma nova versão da cumplicidade dos livros.
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Hopper foi um pintor americano nascido no final do século XIX que marcou de forma relevante toda a pintura do século XX. Contrariamente a Norman Rockwell, seu contemporâneo, Hopper transmite-nos o lado distante e vazio dos espaços. As imagens ricas e até cómicas de Rockwell contrastam com a densidade sentimental e a violência da ausência de Hopper.
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“Expressão de solidão, vazio, desolação e estagnação da vida humana, expresso pelas figuras anónimas que não comunicam. Pinturas que evocam silêncio, reserva, com um tratamento suave, exercendo frequentemente forte impacto psicológico".
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Grande parte da sua obra foi doada pela sua esposa, após a morte deste, ao Whitney Museum of American Art, em New York. Este museu foi fundado em 1918 por Gertrude Vanderbilt Whitney, conhecida escultora, pintora e coleccionadora de arte. Começou como "Whitney Studio Club,"para expor e promover o trabalho de avantgarde e pouco conhecidos artistas americanos e, posteriormente, passou a museu.
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“The Whitney Museum of American Art, often referred to simply as "the Whitney", is an art museum with a focus on 20th- and 21st-century American art. Located at 945 Madison Avenue at 75th Street in New York City, the Whitney's permanent collection contains more than 18,000 works in a wide variety of media. The Whitney places a particular emphasis on exhibiting the work of living artists for its collection as well as maintaining an extensive permanent collection containing many important pieces from the first half of the century.”

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Aterrador!

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O sismo ocorrido no Haiti é de uma violência aterradora. A cidade desmoronou-se literalmente, engoliu e triturou os habitantes. As imagens são assustadoras e impressionam pelo realismo, pelo sofrimento e pelas consequências. A natureza tem um poder imenso e por maiores que sejam os avanços científicos, os progressos tecnológicos, as descobertas revolucionárias, o nosso conhecimento será sempre limitado e apenas nos ajudará a perceber, com enorme humildade, a nossa fragilidade e a nossa inexorável sujeição aos desígnios da natureza.
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Deixo o vídeo da CNN sobre os primeiros momentos após o abalo. “CNN has obtained exclusive video of the damage and suffering of the Haitian people just seconds after a massive 7.0 earthquake destroyed much of the nation's capital. (VIEWER DISCRETION ADVISED).




A imagem captada pelo satélite GeoEye-1 mostra também o centro da cidade de Port-au-Prince, depois do sismo de anteontem. Segundo noticiava a agência Reuters: “As autoridades estimam que milhares de pessoas tenham morrido. Imensos bairros de lata pura e simplesmente desapareceram. Mas as vizinhanças mais abastadas também não escaparam à violência do abalo. (Fotografia:GeoEye Satellite Image/Reuters):
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

"PIGS"

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A verdadeira situação económica e financeira de muitos países começou a desvendar-se com o agravar da crise internacional e a necessidade de aumentar as políticas públicas para fazer face às situações calamitosas das diferentes economias. O estofo das mudanças estruturais apregoadas, a consistência das reduções de deficites alcançadas e a verdadeira eficiência das medidas publicitadas seriam agora escrutinadas.
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Vários países, entre os quais Portugal, Grécia, Irlanda e Espanha, atolados em dívidas, a braços com economias débeis e a sofrer o efeito de uma queda generalizada das exportações e do consumo, entravam em recessões profundas e com reduzidas perspectivas de recuperação. Na altura, Janeiro de 2009, e face a este cenário, surgiu a classificação destes países através do acrónimo PIGS (Portugal, Ireland, Greece, Spain), nada abonatório e profundamente depreciativo aliás. Segundo Martin Dell da Kyero.com: “PIGS is an acronym for a group of four countries. Portugal, Ireland, Greece and Spain - all in deep economic trouble in the eurozone. These are the four countries reckoned to be suffering from having to stick with the euro - and with the European Central Bank's interest rate policy. Standard & Poor's, the ratings agency, thinks these four countries may have to ask the International Monetary Fund for help.”
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É óbvio que entre estes quatro países, existem uns que estarão mais próximo da pocilga do que outros. A Irlanda, a estrela da década, tomou medidas ferozes para fazer face à situação. Um plano ambicioso de redução de custos, onde se perspectivam reduções nos salários da função pública e da classe política, na ordem dos 15% a 20%. Para além deste facto, importa referir que a Irlanda, contrariamente a outros países, possui uma carga fiscal baixa e reúne por isso, condições ou margem para aumentar os impostos confortavelmente.
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A Espanha, uma potência mundial com níveis de desemprego brutais, uma economia estagnada e uma queda significativa das exportações, estremece mas resiste. Esta é também uma das maiores economias do mundo, com enormes potencialidades e um nível de desenvolvimento invejável. Apesar dos valores elevados de desemprego, o país possui uma credibilidade internacional junto dos mercados financeiros que não é similar a outras economias.
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Restam-nos Portugal e a Grécia relativamente aos quais não há muito a referir. Transcrevo apenas uma notícia de hoje do Jornal de Negócios que, para o efeito, é elucidativa:
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O cenário, descrito em termos alarmistas, é traçado pela Moody’s, a agência de “rating” que diz estar à espera do novo Orçamento de Estado para decidir se vai voltar a baixar a notação de risco da República portuguesa, aconselhando, deste modo, os investidores a cobrarem juros mais altos para financiar as políticas públicas nacionais.
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Ao longo de um extenso relatório dedicado às perspectivas de evolução da dívida soberana dos países europeus, a Moody’s atrela recorrentemente o caso grego ao português, considerando que ambos falharam no saneamento das finanças públicas durante os tempos das "vacas gordas" – que, por cá, foram quase sempre magras – e que são “os dois exemplos de países que exibem uma baixa competitividade estrutural” no seio da Zona Euro, que se reflecte em elevados défices externos.
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Neste contexto, a Moody’s diz que o risco de uma “morte súbita”, deflagrada por uma crise na balança de pagamentos, corresponde a uma probabilidade “negligenciável”. Mas, em contrapartida, a agência de notação de risco considera “provável” um cenário de “morte lenta” – que faz lembrar o tal “definhamento” a que Ernâni Lopes há muito considera estar condenada a economia portuguesa.
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Porquê? Porque a falta de competitividade estrutural acabará por resultar numa “sangria de potencial de crescimento” e, logo, numa redução na capacidade de os Estados arrecadarem receitas fiscais, obrigando-os a afundarem-se, ainda mais, na espiral de endividamento em que já mergulharam.”

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Portugal Vestido de Branco

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Ferreira Fernandes na sua crónica de hoje no DN fala-nos de Arthur Buchwald, falecido a 17 de Janeiro de 2007. Buchwald foi um humorista norte-americano que ficou célebre pela sua coluna de opinião no The Washington Post. Especialista em sátira política, recebeu o Prémio Pulitzer em 1982.
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Buchwald morreu, segundo as suas palavras, “sem vir a conhecer esse tal aquecimento global”, a este propósito e de forma original e com sentido de humor, Ferreira Fernandes escreve sobre o estado do tempo e as mudanças climáticas que temos vindo a sentir.
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É um facto, segundo ele, que na semana em que Buchwald morreu, há quatro anos atrás, “a máxima foi de 16º. No domingo passado, na mesma Lisboa, o termómetro não passou dos 5º” As mudanças climáticas parecem uma inevitabilidade mas, actualmente, aproximam-se mais do arrefecimento global.
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"Burj Dubai"

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Foi inaugurado há dias o mais alto edifício do mundo. Esta proeza única acontece, uma vez mais, naquele que é um dos mais elitistas estados - o Dubai.
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Este país das arábias não nos deixa de surpreender. O luxo, a exuberância, a riqueza, a ostentação levadas ao extremo. Mais recentemente começamos a perceber, uma vez mais, que as aparências iludem. Que toda esta opulência assenta em estruturas de areia e o deserto antecipa uma passagem rápida a pântano. As dívidas acumulam-se, os investimentos efectuados tardam em trazer retorno, se é que alguma vez trarão e, no entretanto, o país afunda-se em dívidas, investimentos ruinosos e gastos sumptuosos.
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O Burj Dubai é um símbolo do exagero, da desproporção e do descontrolo. As suas delicadas formas e a sua postura de elegância não escondem uma inexorável aposta na aparência e no culto da fachada.
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Nós também teremos o nosso Burj TGV, o nosso Burj aeroporto e as nossas Burj auto-estradas. O Dubai, apesar de tudo, possui uma riqueza incalculável, esgotável é certo, que é o petróleo. Mas mais do que isso, é fundamental para o equilíbrio regional de forças, e desta forma, terá sempre um Abu Dhabi para o salvar. Quanto a Portugal, para além do facto de não possuirmos riquezas naturais, duvido que tenhamos algum Abu Dhabi para nos deitar a mão.
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A nossa situação económico-financeira agrava-se diariamente. O DN de hoje refere que o crédito mal parado cresce cerca de 300 milhões de euros todos os meses. A nossa dívida dispara e as perspectivas de crescimento económico são ainda, ou cada vez mais, ténues e imprecisas. A Grécia, em situação bastante similar à nossa, abriu as suas portas, em desespero de causa, à equipa do FMI, para ajuda técnica. Portugal caminha a passos larguíssimos para que lhe aconteça o mesmo e a Moody’s, ainda ontem, veio avisar para a necessidade urgente de medidas drásticas.
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Esperemos que seja ainda possível descer à terra, evitar que nos deixemos crucificar pelos Burjs megalómanos dos nossos responsáveis.
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domingo, 10 de janeiro de 2010

Norman Rockwell

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Rockwell é possivelmente o mais importante ilustrador americano do século XX. Pintor figurativo marcante e exímio retratista quer de figuras relevantes da política americana, como os Presidentes Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, quer da política internacional como o Presidente Nasser do Egipto e Nehru da Índia.
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Norman Rockwell especializou-se igualmente na ilustração da vida americana, em particular das pequenas cidades do interior, detalhes de todos os dias, retratos do quotidiano. As suas obras são impressionantes pelo detalhe, o pormenor e a perfeição da representação. Traços finos de um perfeccionista extremo revelam-nos pinturas que parecem autênticas fotografias.
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O Museu Rockwell em Stockbridge New York, fundado em 1969 pelo próprio autor com a ajuda e o apoio da comunidade local é actualmente uma referência mundial da sua obra e expõe trabalhos de outros ilustradores talentosos.
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“Norman Rockwell Museum is one of the few museums in the country to have grown, literally, out of popular demand. In 1967, an historic home on Main Street in Stockbridge was threatened with demolition. A group of local citizens, including Norman and Molly Rockwell, joined the effort to save the classic white-clapboard building by raising funds for its purchase. The Old Corner House became the Stockbridge Historical Society in 1969, and the historical collection from the town’s public library was exhibited there.
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Norman Rockwell agreed to lend some of his paintings to add variety in drawing visitors to the site. Primarily through word of mouth, people learned about the original Rockwell paintings on display in Stockbridge and attendance began to swell. Soon, the Old Corner House was identified primarily as a center for the exhibition of Rockwell’s works”.
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Segundo o crítico de arte Paul Johnson: “The Norman Rockwell Museum in Stockbridge must be one of the most popular museums in the world, crammed from dawn till dusk with delighted visitors crowding round the originals of much-loved paintings. And one of the further pleasures of this enchanting place is that in the nearby little towns you can recognize among the locals the children and grandchildren of the originals whom Rockwell painted with dedicated veracity.”
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Mais do que a qualidade e a relevância dos trabalhos de Rockwell, as suas obras reflectem a sociedade americana e a vida nos Estados Unidos durante o século XX e serviram, magistralmente, para mostrar ao mundo os ideais de democracia, de liberdade e de dignidade humana desta nação.
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