terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Edward Hopper e o Silêncio dos Livros

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Aprecio muito a obra de Edward Hopper. Em primeiro lugar, pela pintura figurativa, depois pelo retrato de situações correntes da vida nos Estados Unidos e, finalmente, pela junção dos dois aspectos anteriores à enorme capacidade em transmitir profundidade e à forma magistral de pintar o espaço próprio de cada um, ou, se quisermos, uma certa forma de solidão. Aliando todos estes aspectos, a particularidade de em muitos dos seus quadros a presença de livros ser uma constante. Hopper dá-nos uma nova versão da cumplicidade dos livros.
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Hopper foi um pintor americano nascido no final do século XIX que marcou de forma relevante toda a pintura do século XX. Contrariamente a Norman Rockwell, seu contemporâneo, Hopper transmite-nos o lado distante e vazio dos espaços. As imagens ricas e até cómicas de Rockwell contrastam com a densidade sentimental e a violência da ausência de Hopper.
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“Expressão de solidão, vazio, desolação e estagnação da vida humana, expresso pelas figuras anónimas que não comunicam. Pinturas que evocam silêncio, reserva, com um tratamento suave, exercendo frequentemente forte impacto psicológico".
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Grande parte da sua obra foi doada pela sua esposa, após a morte deste, ao Whitney Museum of American Art, em New York. Este museu foi fundado em 1918 por Gertrude Vanderbilt Whitney, conhecida escultora, pintora e coleccionadora de arte. Começou como "Whitney Studio Club,"para expor e promover o trabalho de avantgarde e pouco conhecidos artistas americanos e, posteriormente, passou a museu.
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“The Whitney Museum of American Art, often referred to simply as "the Whitney", is an art museum with a focus on 20th- and 21st-century American art. Located at 945 Madison Avenue at 75th Street in New York City, the Whitney's permanent collection contains more than 18,000 works in a wide variety of media. The Whitney places a particular emphasis on exhibiting the work of living artists for its collection as well as maintaining an extensive permanent collection containing many important pieces from the first half of the century.”

1 comentário:

auxília disse...

“Era uma vez uma mulher que andava de comboio como quem viaja num alfabeto”. (Maria João Freitas)

«Cada carruagem, identificada por uma letra, encerrava um mundo novo. E cada mundo era despertado por um sentimento. A mulher escolhia a carruagem conforme se sentia e, mal entrava nela, qualquer que fosse o sentimento que a dominava, ficava sempre feliz, porque havia sempre um livro à sua espera.
A mulher chamada Alice lia, agora, na carruagem A, o livro “Alice no País das Maravilhas” e sentia-se aliviada por ter conseguido entrar na carruagem certa, porque a carruagem P, mal a vira na plataforma da estação, tinha tentado puxá-la lá para dentro, para a encarcerar na prisão dos “Piratas das Caraíbas”.» (texto produzido por jovem aprendiz da arte de escrever, 11 anos).