terça-feira, 4 de novembro de 2008

"President Obama"

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São 11h da noite e a CNN acaba de anunciar aquilo que já era esperado nas últimas semanas mas que parecia impossível. Barack Obama foi eleito Presidente dos Estados Unidos da América. O primeiro negro a alcançar o mais alto posto da nação, o primeiro negro a fazer história na democracia americana.
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Obama conseguiu hoje uma vitória histórica e expressiva com mais de 3 milhões de votos de diferença para McCain. A maior vitória depois da de Lyndon Johnson com maioria nos principais estados e um número extremamente significativo de votos de todos os quadrantes, de todas as origens, de todas as proveniências. Votos que representam a América e este povo de emigrantes, de minorias, de cores e de géneros.

Esta vitória representa o nascimento de uma nova América, uma nova realidade, uma nova força de um país imenso, de uma democracia plena e cheia de vitalidade. É uma vitória da liberdade de expressão, da livre opinião, do direito à diferença, da oportunidade de contestação, mas é também uma aposta numa politica diferente, com focus distintos e prioridades novas. É uma vitória de todos aqueles que fazem a América no dia a dia, o retalho humano de nacionalidades e apátridas que têm a América no coração e sonham com a possibilidade de alcançar um futuro melhor.

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Obama é para todos eles um símbolo, uma referência, uma esperança, uma força, a oportunidade de mudar e a capacidade de conseguir vencer.

Acabo de o ver chegar a Chicago e sensibilizo-me com a força deste país, a sua capacidade regeneradora, a sua capacidade para fazer sonhar e dar esperança a tantos que o observam e a muitos que o invejam. Este país que se orgulha dos seus “Founding Fathers” tem aqui o melhor exemplo da riqueza do seu sistema democrático e da vitalidade da sua democracia.

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Washington está ao rubro à semelhança do que acontece um pouco por todo o país, as buzinas tocam, agitam-se bandeiras, as sirenes não param, as pessoas cantam nas ruas e sinto uma enorme felicidade por estar aqui e agora numa data que ficará para sempre na história do mundo.

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Chove copiosamente lá fora e uma manifestação com centenas de pessoas passa junto ao meu prédio a gritar - Yes we can, Yes we can. Esta será a nova América revigorada e fortalecida, jovem e vibrante, capaz e determinada, conciliadora e diplomática e cada vez mais livre e democrática.

Termino com Alexis de Tocqueville que tanto se impressionou com este país e que tão bem o soube caracterizar no seu livro “A Democracia na América”.

“I know of no country in which there is so little independence of mind and real freedom of discussion as in America.“

“The greatness of America lies not in being more enlightened than any other nation, but rather in her ability to repair her faults”

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