Na passada semana tive oportunidade de assistir à entrega anual do “J. William Fulbright Prize for International Understanding” que decorreu no State Department, aqui em Washington DC. Este ano este prestigiado galardão foi atribuído ao Arcebispo Sul Africano Desmond M. Tutu. A cerimónia contou com a presença de diversas personalidades da diplomacia internacional; diplomatas, embaixadores, representantes de diversos países e foi aberta pela “Secretary of State for Educational and Cultural Affairs” - Goli Ameri.
O Fulbright Prize foi criado para homenagear o maior e mais prestigiante programa de intercâmbio educacional na história bem como a carreira e o espírito do seu fundador, o falecido senador J. William Fulbright. Em 1993 a Fulbright Association criou o “J. William Fulbright Prize for International Understanding” para homenagear pessoas cujo contributo fosse relevante para juntar povos, culturas ou nações. O prémio de 50.000$ é oferecido pela Coca-Cola Foundation e agraciou desde então personalidades como; Nelson Mandela (1993), Jimmy Carter (1994), Mary Robinson (1999), Fernando Henrique Cardoso ( 2003) ou Colin Powel (2004).
Desta vez a luxuosa sala “Ben Franklin” no último andar do “Department of State” encheu-se de convidados para homenagear Desmond Mpilo Tutu, um gigante de 1,5 metros de altura, carismático, bem humorado, tranquilo no seu conhecimento de experiência feito, sofrido mas acima de tudo corajoso e determinado.
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Foi um gosto ouvi-lo, aprender com as suas palavras, comovermo-nos com a sua humildade, impressionarmo-nos com o seu sentido de justiça e curvarmo-nos perante a sua capacidade para perdoar.
Desmond Tutu trouxe-nos a riqueza da sua “Rainbow Nation”, metáfora que ele utiliza para caracterizar a diversidade étnica da África do Sul pós- apartheid. Falou-nos do bem e dos bons, falou-nos da virtude do perdão e partilhou connosco a história de Amy Biehl.
Amy Biehl era uma estudante branca americana, da Universidade de Stanford na Califórnia, era ironicamente uma activista anti- apartheid que se encontrava na África do Sul no âmbito de um Programa Fulbright.
Os seus agressores foram presos e condenados mas em 1998, vários anos após a queda do apartheid, foram libertados. Desmond Tutu contou-nos que pertencia à “Truth and Reconciliation Commission” que apreciou o pedido de amnistia dos condenados.
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