Assisti na passada semana, casualmente, a um documentário sobre a última corrida de Ayrton Senna. Para surpresa minha, passaram já dezasseis anos sobre a fatídica morte de Senna, na pista Enzo Ferrari, em Imola. Domingo trágico com vários acidentes e duas mortes, Senna e Roland Ratzenberger. Recordo com precisão e clareza este momento triste para os amantes do automobilismo mundial.
“Na sétima volta a corrida foi reiniciada, e Senna rapidamente fez a terceira melhor volta da corrida, seguido por Schumacher. Senna iniciara o que seria a sua última volta; ele entrou na curva Tamburello e perdeu o controle do carro, seguindo a direito e chocando violentamente contra o muro de cimento. A telemetria mostrou que Senna, ao notar o descontrole do carro, ainda conseguiu, nessa fracção de segundo, reduzir a velocidade de cerca de 300 km/h para cerca de 200 km/h. Os oficiais de pista chegaram ao local do acidente e, ao perceber a gravidade, só puderam esperar pela equipa médica. Senna foi removido do seu carro pelo Professor Sidney Watkins, neurocirurgião de renome mundial pertencente aos quadros da Comissão Médica e de Segurança da Fórmula I e chefe da equipa médica da corrida e recebeu os primeiros socorros ainda na pista, ao lado do seu carro destruído, antes de ser levado de helicóptero para o Hospital Maggiore de Bolonha onde, poucas horas depois, foi declarado morto”.
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Senna constitui uma referência de carácter e firmeza no mundo do desporto automóvel; a sua condução arrebatadora, a sua capacidade para surpreender e a sua coragem para ultrapassar todos os limites são reconhecidas por todos; e a este propósito foi eleito pelos seus pares, em Dezembro de 2009, o melhor piloto de Fórmula I de todos os tempos.
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Senna é também uma referência de dedicação, de perfeccionismo, de destreza e de competitividade. A sua imensa necessidade de vencer constitui um exemplo de vida para todos. Ficarão para a história os duelos entre ele e Alain Prost; em diferentes circuitos lutaram aguerridamente e a força de ambos constitui para mim uma imagem de perseverança que me tem acompanhado em muitos momentos da vida. Não deixa ser comovente ouvir esta entrevista a Alain Prost e perceber como dois rivais quase inimigos conseguiram atingir este nível de relacionamento.
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Recordo com emoção os momentos posteriores à sua morte, em particular, a chegada do seu corpo a São Paulo. Milhões de brasileiros aguardaram-no e milhões de desportistas em todo o mundo despediram-se de Ayrton. “A morte do piloto foi considerada pelos brasileiros como uma tragédia nacional e o governo brasileiro declarou três dias de luto oficial. Também lhe foram concedidas honras de chefe de Estado, com a característica salva de tiros. Estima-se que mais de um milhão de pessoas foram às ruas para ver o seu ídolo e render-lhe as últimas homenagens, sem contar os milhões que acompanharam pela televisão a chegada do avião que trouxe o seu corpo”.
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Na corrida seguinte, no Mónaco, a FIA decidiu deixar vazias as duas primeiras posições no grid de largada, e elas foram pintadas com as cores das bandeiras brasileira e austríaca, em homenagem a Senna e Ratzenberger.
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"O corpo de Senna está sepultado no jazigo 11, quadra 15, sector 7, do Cemitério do Morumbi, em São Paulo".
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