sábado, 12 de junho de 2010

“A Doodle 4 Google”

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Depois de uma chegada chuvosa, o Sol voltou a Manhattan. O dia de Portugal foi passado nas ruas de Nova Iorque; alheado das comemorações oficiais e da expectativa rotineira dos discursos inconsequentes, esquecido das condecorações e das reacções de eventuais destinatários de discursos. Sabe bem estar longe do ciclo de sempre, da rotina de sempre, das caras de sempre.
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O Central Park pelas 8hoo da manhã está maravilhoso; repousa majestático no coração de Manhattan, imponente no seu verde radioso, misterioso nos jogos de luz por entre ramos mais altos. A esta hora da manhã os principais frequentadores são os Passeadores de Cães, aquela invejável profissão, que acredito tenha nascido nesta cidade. Depois temos os desportistas madrugadores que antes do trabalho fazem o seu jogging matinal e os jardineiros e varredores que mantêm este parque impecavelmente limpo. A partir das 8h30 começam a aparecer também as Passeadoras de Crianças; sobretudo latinas e orientais que trabalham nos prédios circundantes e que vêm aproveitar o primeiro Sol da manhã.
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Ouvi falar português do Brasil, facto que se tem vindo a tornar cada vez mais frequente nesta cidade. Os brasileiros são, actualmente, os verdadeiros impulsionadores da língua portuguesa no mundo, estou convencido que sem eles a nossa língua não teria nem metade da projecção que tem actualmente, mesmo assim muito aquém do espanhol, que é dominante. Tratavam-se de dois brasileiros que abraçaram a profissão de Passeadores de Cães. Falámos um pouco e fiquei a saber que trabalham desde as 7h00 da manhã até às 7h00 da noite sempre a passear cães, em Central Park. Vão buscá-los aos prédios de luxo das redondezas e em grupos passeiam-nos durante duas horas. Segundo eles, e este é um facto que se pode aplicar também a muitos portugueses – “cachorro aqui vive melhor que brasileiro no Brasil”. Os brasileiros são afáveis por natureza, simpáticos e divertidos. Despedimo-nos com o desejo deles de “boa Copa”.
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Caminhei ao longo da 5ª Avenida até à rua 91, onde se encontra o National Design Museum. Pertença da Cooper-Hewitt Foundation, este museu que está desde 1967 integrado na Smithsonian, ocupa uma mansão de referência na 5ª Avenida – a Andrew Carnegie Mansion. Mandado construir em 1867, este museu constitui actualmente uma referência na área do design histórico e contemporâneo. Desde artefactos utilizados por tribos africanas até aos mais sofisticados sistemas urbanísticos do mundo. “The Museum presents compelling perspectives on the impact of design on daily life through active educational and curatorial programming. It is the mission of Cooper-Hewitt’s staff and Board of Trustees to advance the public understanding of design across the twenty-four centuries of human creativity represented by the Museum’s collection”.
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Curiosamente, foi na exposição temporária que demorei mais tempo. Fiquei a conhecer os trabalhos desenvolvidos por crianças e jovens dos 6 aos 18 anos, oriundas de escolas de todos os estados da América, realizados no âmbito de um concurso promovido pela Google em colaboração com o National Design Museum. Sob o tema “If I could do anything I would…” estas crianças foram desafiadas a desenhar o símbolo da Google, o chamado Doodle. A Google começou a trabalhar/decorar o seu logo em 1999 e hoje tem uma equipa de designers dedicada em exclusivo a esta tarefa. Regularmente, em datas de referência ou períodos especiais o Doodle apresenta um grafismo diferente e original. Pois o desafio era precisamente, tendo presente o lema anterior, criar um grafismo para o Doodle. Os quarenta desenhos que estão expostos são aqueles que foram seleccionados de entre um total de 33.000 mil desenhos. São simplesmente excepcionais, fiquei surpreendidíssimo com a qualidade, a originalidade, a imaginação e a perfeição dos desenhos.
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O vencedor foi um miúdo de 8 ou 10 anos que recebeu uma bolsa de 15.000$ dólares e a sua escola um prémio de 25.000$ dólares, além de ter visto o seu Doodle apresentado no página da Google no dia do prémio.
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