sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Big Havana" – A Esquerda no Seu Melhor!

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A propósito do momento actual e quando o papel do estado é questionado e se fala em desestatizar e desgovernamentalizar, Cuba decidiu encetar um programa “arrojado” de privatizações. Banida desde 1969, a propriedade privada dos meios de produção parece querer voltar.
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A este propósito deixo um texto do blog escrito pelo brasileiro Alex Castro - Liberal, Libertário, Libertino que nos dá uma visão no mínimo curiosa sobre esta questão. É sempre interessante conhecer opiniões e pontos de vista diferentes, é por esta via que evoluímos e clarificamos as nossas próprias concepções, mas aparecem, por vezes, posições que nos deixam embasbacados.

Resta-me perguntar. Para quando uma visita da nossa equipa diplomática e governamental a Cuba? Tenho a certeza que o nosso Primeiro adoraria fazer o seu jogging matinal nas avenidas de Havana!
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“A propriedade privada dos meios de produção, proibida desde 1969, está voltando. Hoje, cubanos já podem vender sua força de trabalho dos seguintes modos: fazer seu carro de lotada; alugar quartos para estrangeiros; transformar sua sala de estar em um pequeno restaurante.

O setor de serviços ainda é um monopólio estatal. Um cubano não pode, por exemplo, vender sua força de trabalho como encanador, empregado doméstico, carpinteiro, etc.
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Enfim, na nova etapa da abertura que vem sendo realizada pelo presidente Raul Castro, o governo acabou de privatizar grande parte das barbearias e cabelereiros do país. Antes, todos esses estabelecimentos pertenciam ao governo, que pagavam salário aos funcionários. Agora, os estabelecimentos serão dados aos funcionários, que em troca terão que pagar aluguel e impostos - não imposto de renda, mas um imposto adicional para o negócio poder funcionar.


Parece tudo muito lindo e livre e coisa e tal, mas fico pensando. Quantos desses salões e barbearias eram de fato rentáveis em uma economia estagnada como a cubana?

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O governo, na prática, está deixando de ter uma saída (os salários dos funcionários) em troca de duas novas entradas (o aluguel e os impostos) e, ao mesmo tempo, repassando o risco totalmente para os cidadãos.

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O funcionário, por outro lado, que está há 50 anos protegido e insulado das realidades do mercado, qe não deve ter um único osso capitalista no corpo, completamente acostumado ao salário certo todo mês, acabou de ser jogado nas incertezas do mercado: se a barbearia não arrecadar o suficiente para pagar o aluguel e os impostos, ele vai viver do quê? Existe plano pra isso? Os funcionários estão preparados para essa mudança? Foram treinados e educados em como gerir um negócio por conta própria?
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Prevejo, para breve, muitas falências de barbearias em Cuba”.

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