quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Questões Essenciais

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Transcrevo aqui partes de dois textos escritos esta semana por Vasco Graça Moura, no Diário de Notícias, e Henrique Raposo, no Semanário Expresso. A relevância da temática tratada e a crueza com que são analisados temas importantes para o país e para a sociedade impeliram-me a reproduzi-los. Julgo que nos devem fazer pensar e era bom que constituíssem um contributo para a clarificação do estado actual da nossa vida política e dos nossos princípios enquanto povo.
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“É favor besuntarem-se” - Vasco Graça Moura
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“ (...) O mais deprimente é a sensação generalizada com que se fica de que Portugal está a caminho de se transformar numa república em que as bananas crescem num lodaçal. É nesses lugares que os valores se evaporam, as leis são impunemente violadas, tudo se degrada, todos os responsáveis são cúmplices e nada nem ninguém consegue evitar isso.
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Mas é muitíssimo bem feito. Elegeram essa gente? Pois têm o que merecem… Assoem-se lá a esse guardanapo. Besuntem- -se com o resultado. Amanhã ainda vai ser pior... “

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“A era Sócrates” - Henrique Raposo
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“ (...) Meus amigos, esta dúvida marcial precisa de uma resposta clara: Portugal é uma democracia ou é uma sociedade onde bancos e jornais são controlados pelo partido do poder? Eu, sinceramente, até gostava que o 'Face Oculta' fosse mais uma peça da campanha negra que forças ocultas lançaram sobre Sócrates. Mas, não vá o diabo tecê-las, o MP tem de tirar isso a limpo. E, enquanto espero (sentado) pelo MP, tenho a dizer que irei festejar o dia em que Sócrates cair do poder. Festejarei esse dia com uma alegria límpida e incontida. Nesse dia, a nossa democracia respirará melhor, apesar do deserto institucional que teremos pela frente. Esse deserto, meus amigos, será o ponto de partida da necessária refundação. Os casos acumulam-se. É a licenciatura domingueira. É a engenharia chico-esperta na Guarda. É o apartamento na Braamcamp. É o empresário da comissão de honra que desaparece. É o 'Face Oculta'. É o já esquecido Freeport. Mas aposto que é tudo uma questão de azar. Sócrates tem tido azar. É só isso. Sócrates, coitadinho, está sempre no local errado à hora errada. Alguém é capaz de dar um trevo de quatro folhas ao pobre homem? Faça-se o milagre dos trevos, por favor”.

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