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Na sua última intervenção na Assembleia da República, o nosso Primeiro Ministro, no seu afã de apresentar medidas e iniciativas para debelar a crise que nos sufoca, sacou da cartola mais uma pérola mediática – a compra da Cosec.
A Cosec é uma seguradora detida em partes iguais pelo BPI e pela Euler Hermes, do grupo alemão Allianz. Dedica-se aos seguros de créditos relacionados, sobretudo, com transacções com o estrangeiro, ou seja, a Cosec assume o risco de cobranças incertas por parte de quem pretende exportar. Obtém informações sobre os importadores, avalia o risco de incumprimento e fixa o respectivo prémio a ser pago pelo exportador.
Na sua última intervenção na Assembleia da República, o nosso Primeiro Ministro, no seu afã de apresentar medidas e iniciativas para debelar a crise que nos sufoca, sacou da cartola mais uma pérola mediática – a compra da Cosec.
A Cosec é uma seguradora detida em partes iguais pelo BPI e pela Euler Hermes, do grupo alemão Allianz. Dedica-se aos seguros de créditos relacionados, sobretudo, com transacções com o estrangeiro, ou seja, a Cosec assume o risco de cobranças incertas por parte de quem pretende exportar. Obtém informações sobre os importadores, avalia o risco de incumprimento e fixa o respectivo prémio a ser pago pelo exportador.
O que tem vindo a acontecer, cada vez com maior insistência, é que a avaliação de risco reflecte o aumento normal do grau de risco das exportações, para alguns países e empresas. As dificuldades são generalizadas e afectam quase todos, o que faz aumentar exponencialmente as probabilidades de incumprimento. A Cosec enquanto empresa a actuar numa economia de mercado livre e aberta, com a preocupação de rentabilizar os seus activos e maximizar os seus lucros, procura reflectir esta situação nas suas práticas de gestão e no custo e aprovação das operações que lhe são propostas.
O que o governo pretende, com esta medida Chávez, é que a Cosec dê garantias e assuma riscos em casos que racionalmente não assumiria. A perspectiva é de que os casos de incumprimento aumentarão, as decisões serão baseadas em critérios políticos de avaliação do risco e os prejuízos acabarão por ser assumidos politica e financeiramente pelo estado, isto é, pelos contribuintes. As pessoas que trabalham e as empresas saudáveis verão os seus encargos aumentar para suportar decisões arriscadas, pouco ponderadas e irrealistas por parte de empresas desesperadas.
Segundo escreveu Camilo Lourenço, no Jornal de Negócios. “A conclusão é óbvia: se a Cosec está a restringir os seguros à exportação, isso deve-se ao risco das operações em causa. Se o Estado quer ser ele a dizer quem se deve segurar e a que preço, isso significa mudar os critérios segundo os quais esse risco é avaliado. Ou seja, passa-se de risco empresarial para risco político. É uma boa solução para os empresários e uma excelente solução para os vendedores: quem quer estoirar o seu capital a segurar exportações com base em critérios políticos de avaliação do risco? Mas é uma péssima solução... (adivinhou, leitor) para os contribuintes. Tudo isto num Estado onde a dívida pública está quase nos 81,5% do PIB. Fantástico!”
A complicar, ainda mais, esta decisão imponderada, parece que os accionistas alemães não estão interessados em vender a empresa. Pelo menos estão interessados em explorar um anúncio precipitado e uma decisão controvérsia do governo português. Das duas uma, ou partirá o estado para um modelo de nacionalização compulsivo, ao preço que lhe pareça mais justo, ou negociará subservientemente com os alemães até que estes se sintam satisfeitos com o preço que o governo português lhes propuser. Em ambos os casos sairemos a perder. Esta é uma decisão, irresponsável e oportunista mas, infelizmente, bastante consequente para os portugueses e para o erário público.
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